CONVIVER BEM PARA VIVER MELHOR!!

Centro de convivência para pessoas idosas!

A melhor idade é a idade que tens!

momento de lazer

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Na era do Viagra, idosos já convivem com a Aids


Levantamentos feitos pelo Ministério da Saúde e também por hospitais como Emílio Ribas de São Paulo, apontaram um crescimento significativo de Aids na Terceira Idade. As estatísticas também mostram que o contágio não é mais proveniente de relações homossexuais, como na décade de 80, e sim heterossexuais. O fato desmistifica um antigo conceito de que a maior parte dos idosos é assexuada.
Para o geriatra Paulo Henrique Migliari de Carvalho, medicamentos como o Viagra e similares ajudam os idosos a manter suas vidas sexuais ativas, mas também abriram as portas para a Aids. “Isso já era previsível. O remédio faz com que o homem adquira mais confiança em si mesmo e, por conseqüência, tenha sua estima aumentada. Se sentindo confiante, ele sabe que pode abordar uma nova parceira sem passar por constrangimentos com sua função erétil”, explica.
A interpretação dos estudos, também sugere que o Viagra contribuiu, ainda, para aumentar as relações extra-conjugais. Estatísticas comprovam que 62% dos homens com relacionamentos estáveis e que se utilizam de remédio para potência sexual, mantêm relacionamentos extra-conjugais, contra 47% dos homens na mesma situação, mas que não tomam nenhum tipo de remédio para potencialidade.
Porém, se engana quem pensa os homens são as maiores vítimas do HIV. Em todas as idades e no mundo todo, o número de mulheres com Aids tem aumentado. Em 2003, 2.245 homens acima dos 50 anos foram contaminados com o vírus, contra 1.261 mulheres na mesma faixa etária.
“Na década de 80, a proporção era de 17 homens para uma mulher. Hoje são dois homens para uma mulher. Os idosos mais expostos à Aids são os homens com relações estáveis e que procuram relacionamentos extra-conjugais e as viúvas em busca de novos parceiros”, contou o médico.
Camisinha — Talvez os idosos sejam mais reticentes ao uso da camisinha que os jovens. O geriatra Paulo Henrique Migliari de Carvalho acredita que seja um problema cultural. Os idosos insistem em achar que camisinha só deve ser usada para evitar gravidez ou quando se relacionam com prostitutas. “Além disso, todas as campanhas contra Aids são protagonizadas por jovens. Os idosos não se identificam com o problema”, explicou.
Carvalho disse que o Ministério da Saúde deverá iniciar uma campanha para idosos no segundo semestre deste ano.
A resistência ao uso da camisinha também tem explicações psicológicas e anatômicas. Carvalho explicou que como a camisinha não fez parte da vida do idoso, ele tem dificuldades para usá-la. “Ele precisaria aprender até como colocá-la com uma pessoa mais jovem, mas tem vergonha”, disse. Outro motivo seria problemas com a ereção: “A partir de uma determinada idade, o homem não consegue uma ereção plena. O fato dificulta a colocação da camisinha”.
Já as mulheres não costumam exigir o uso da camisinha porque a relacionam com a gravidez. “Depois da menopausa, a mulher fica com a parede da vagina mais fina e ressecada. A relação sexual pode provocar microtraumatismos na região que facilitam a entrada de vírus”, disse Carvalho.
Os idosos também enxergam a Aids como olhavam antigamente para as demais doenças sexualmente transmissíveis. Eles agem como se tivessem adquirido gonorréia ou sífilis, que uma simples injeção acabava com o problema.
Diagnóstico — Diagnosticar Aids no idoso não é fácil. Segundo o geriatra Paulo Henrique Carvalho, o paciente chega ao consultório médico apresentando sintoma atípicos de infecção. O médico sempre vai procurar causas no fator idade, isto é, doenças próprias da faixa etária, como Alzheimer ou pneumonia, por exemplo.
“Dos pacientes idosos com Aids, quase 10% apresenta perda de memória. No paciente jovem, ela só se manifesta na fase aguda da doença. No idoso, a perda de memória chega mais cedo”, explicou. O médico afirmou que muitos idosos com Aids acabam morrendo antes da doença ser diagnosticada.
O tratamento é igual dos demais pacientes. Pode haver alguma alteração na freqüência de consultas médicas e na dosagem das drogas. “Geralmente, eles respondem bem ao tratamento”, avisou.
Depois de diagnosticada a Aids, o idoso passa por uma situação ainda mais complicada: a convivência familiar. As pessoas não se habituaram a imaginar que o vovô ou a vovó fazem sexo, muito menos que eles podem se contaminar com Aids. Os pacientes idosos também não se conformam com a doença. Ficam envergonhados e sentem que suas intimidades estão expostas ao mundo. A maioria nem gosta de comprar camisinha nas farmácias porque sente vergonha.
O geriatra explica que, na maior parte dos casos, a família isola o doente. O fato agrava ainda mais o trauma. “A maior parte das pessoas não sabe, mas os idosos, principalmente depois dos medicamentos para disfunção erétil, levam uma vida sexual como a do jovem. Muda apenas o tempo que eles levam para conseguir uma ereção e para a repetição do coito”, explicou.
Segundo Carvalho, a potência sexual não se altera. A freqüência pode ser menor: de 6,5 vezes por mês com o remédio. “A família não sabe disso e não consegue entender. Se a Aids já é um transtorno para as famílias dos pacientes mais jovens, com o idoso a segregação é maior”, lembrou.
Além do susto que as pessoas envolvidas levam, existe também o fator financeiro. Os medicamentos, que são distribuídos na rede pública de Saúde, são apenas uma parte do tratamento. A alimentação saudável é outra parte importante que a família tem que estar atenta.
Novos tempos — Os idosos de hoje, na faixa dos 60 e 65 anos, foram pessoas participativas nas suas juventudes. Eles não querem ficar somente assistindo televisão, fazendo crochê ou cuidando dos netinhos. Eles vão a bailes, a excursões, praticam esportes e fazem sexo.
“O nosso idoso participou de momentos históricos brasileiros, como revoluções e o movimento das Diretas Já. Eles querem estar inseridos na atualidade, pois foram ativos na juventude, mas têm algumas dificuldades que precisam ser respeitadas. Os mais jovens também não estão acostumados a ouvi-los”, disse o médico Paulo Henrique Migliari de Carvalho.
Para o geriatra, o Brasil é o país dos contrastes: “A população de idosos está crescendo, mas o país não está preparado. É preciso enxergar o idoso, olhar para as suas necessidades e inseri-los na sociedade. Já tivemos muitos avanços, mas ainda não são suficientes”, afirmou.
Em Ourinhos, a Prefeitura mantém no Centro Social Urbano (CSU), o Clube da 3ª Idade. Segundo a coordenadora Madalena Grandini, entre as atividades também são oferecidas palestras sobre Saúde e Educação Sexual, com distribuição de camisinhas. “Alguns não aceitam ou olham estranho para a gente. Acho que não acreditam muito na Aids”, disse.
Pela convivência, Madalena acredita que os idosos, hoje, são mais liberados sexualmente. “Acho que o Viagra contribuiu para isso”, comentou. Para Madalena, os homens são mais ativos sexualmente: “As mulheres ainda gostam de fazer crochê”.
Dentre todas as atividades oferecidas, como prática de esportes, viagens e excursões, o idoso ourinhense ainda gosta mais de dançar. A coordenadora conta que foi criada uma associação de amigos da 3ª idade para reforçar o trabalho do CSU. “Com a associação, vamos poder atender ainda melhor os nossos idosos”, afirmou.
Segundo dados do DataSus, Ourinhos conta hoje com 10.322 pessoas acima de 60 anos. De 1982 a 2004 foram registrados 5 casos de HIV em homens na faixa de 60 a 71 anos. No período, Ourinhos totalizou 302 casos de Aids.

Acesso em 10/08/2010, http://www2.uol.com.br/debate/1257/regiao/regiao07.htm

Um comentário:

  1. ola,estamos promovendo encontro para o ano q vem para o pessoal da terceira idade do parana aqui em nossa ilha com bailes, passeis de escunas ,passeios pelo centro históricos,alimentação, hospedagem ,estamos promovendo um belíssimo encontro entre cidades aqui na ilha,queremos fazer pacotes bem acessiveis para o pessoal,entre em contato pelo site www.saofranciscodosul.tecmarra.com

    ResponderExcluir