Tânia, Conceição e Sandra
Fisioterapeutas - da Casa Santa Clara
Fisioterapeutas - da Casa Santa Clara
O crescimento da população mundial de idosos é uma realidade. No Brasil a expectativa de vida vem crescendo ao longo dos anos, de acordo com dados do IBGE 2007, fica em torno de 68 a 80 anos, sendo que na Região Sul a expectativa de vida é de mais de 75 anos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece: “Saúde é o estado de completo bem estar físico, mental e social, e não simplesmente ausência de moléstia ou enfermidade”.
O envelhecimento é um fenômeno no processo de vida que, assim como a infância, a adolescência e a maturidade, é marcado por mudanças biopsicossociais específicas, associadas à passagem do tempo. Assim não é possível considerar apenas aspectos relacionados ao envelhecimento biológico, mas também aqueles relacionados ao envelhecimento psicológico e social.
O envelhecimento biológico é um processo natural, dinâmico, progressivo e irreversível, que provoca no organismo alterações bioquímicas, morfológicas e fisiológicas, de conseqüências como diminuição da capacidade individual de adaptação ao meio ambiente, o que torna o geronte mais suscetível à possibilidade de adoecer.
O envelhecimento psicológico estabelece, ainda, um importante papel da visão que a sociedade tem da pessoa idosa, determinando a reclusão que caracteriza o envelhecimento social. Dessa forma, há diferença entre envelhecimento e velhice.
No primeiro caso, temos o reconhecimento natural do processo de envelhecer, respeitando-o como progressivo, irreversível e comum a todos os seres vivos. Já a velhice é caracterizada como um fenômeno social, que rotula o geronte como improdutivo.
O processo do envelhecimento vem acompanhado de aumento na prevalência da dor crônica, dor articular e fibromialgia. No entanto, parece que, com o avanço da idade ocorre uma redução da dor em todos os locais do organismo, com exceção das articulações. Entre os idosos a dor crônica representa a principal queixa sendo, este o sintoma mais freqüente nas anamneses.
Indivíduos com dor crônica podem apresentar importantes complicações tais como depressão, ansiedade, isolamento social, distúrbio do sono, agitação, agressividade, comprometimento da função cognitiva (memória, comunicação), incapacidade funcional e diminuição da qualidade de vida, levando a dependência em atividades de vida diária e um maior gasto com serviços de saúde.
A dor frequentemente intratável representa um sintoma extremamente incapacitante, tanto nos aspectos psíquicos como físicos, sendo a reabilitação constantemente utilizada para controlá-la.
Além disso o descondicionamento físico, alterações da marcha, quedas, o processo de reabilitação lento, polifarmácia, disfunção cognitiva e desnutrição estão entre as muitas condições geriátricas comuns que podem ser pioradas pela presença da dor e/ou pelos efeitos adversos desencadeados pelo tratamento medicamentoso da dor.
Portanto, hoje se sabe que envelhecer é muito mais do que um simples processo de mudanças físicas e de incapacidade funcional, mas envolve aspectos mais abrangentes e delicados, como o envelhecimento biopsicossocial do indivíduo os quais devem ter a mesma importância na hora de avaliar, tratar e/ou reabilitar o idoso.
Hoje, o fisioterapeuta é um membro da saúde com sólida formação científica, que atua desenvolvendo ações de prevenção, avaliação, tratamento e reabilitação, usando nessas ações programas de orientações e promoção da saúde, além de agentes físicos como o movimento, a água, o calor, o frio e a eletricidade. Com um importante papel a desempenhar no campo da reabilitação física, principalmente quando atua em conjunto com outros profissionais, agindo de forma interdisciplinar.
A atuação da fisioterapia é proporcionar a prevenção nos três níveis, primário, secundário e terciário, visando a promoção e a proteção específica da saúde, o que na pior das hipóteses, interromperão o declínio desse organismo para níveis mais inferiores da escala de saúde e de doença.Tendo como objetivo principal a colocação desse indivíduo afetado em uma posição útil na sociedade, na expectativa da máxima utilização de suas capacidades residuais.
Fontes:
- Deliberato, Paulo C.P. – Fisioterapia Preventiva – Fundamentos e Aplicações, 1 edição. Editora Manole, Barueri, SP, 2002.
- Artigo Aplicação da versão brasileira do questionário de dor McGill em idosos com dor crônica, Clarissa Cardoso dos Santos, et al, Acta Fisiatr 2006; 13(2): 75-82.
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